terça-feira, 19 de julho de 2011

A festa que eu não fui

Fui atrás de alguma coisa xadrez para ir na festa julina de uma super amiga minha. A expectativa era grande, as meninas estavam preparando a festa nos mínimos detalhes. Decoração, comidas típicas, banda de forró, cadeia, correio elegante. Fora isso, várias pessoas que estudaram comigo no colégio estariam lá. Enfim, uma daquelas festas que você fica contando os dias pra chegar, pensa na roupa e até confirma presença pelo Facebook!

Armei o maior esquema por causa do Felipe. A moça que trabalha aqui em casa iria dormir com ele. Pra garantir, ainda convoquei minha sogra. Não tinha como dar errado. Sábado de manhã, tudo nos conformes. Cabeleireiro, manicure, almoço no restaurante com a família. Aí, bem no restaurante, começaram nossos problemas.

O Felipe, do nada, me deu um banho de vômito (engraçado como a gente não tem nojo de nada que vem do próprio filho). Sujou minha roupa, o sofá, o pai. Como ele tinha acabado de almoçar e veio sacudindo no carro, achamos que essa fora a causa do enjoo. Me limpei e almocei sem grandes preocupações. Na volta, ele vomitou de novo. Em casa, mais uma vez. E outra, e outra. Hora de ir ao Pronto-Socorro.

Fomos ao Sabará (o tema do próximo post), um hospital infantil na Av. Angélica. Atenderam o Felipe com prioridade, porque ele chegou vomitando na recepção. A médica examinou, disse que podia ser uma indisposição alimentar, receitou uma injeção de Dramin e afirmou que se ele tomasse alguma coisa e não vomitasse, voltaríamos pra casa.

Aí, lembrei da festa. Caraca, filho! Justo hoje você vai passar mal?! No dia da festa, pra eu ficar bem preocupada? Bom, uma indisposição alimentar também não era tão grave assim... Acontece que, mesmo com o Dramin, os vômitos continuaram. Nada parava no estômago do pequeno. Resultado: soro na veia.
Afe! Coisa mais triste ver seu filho berrando enquanto a enfermeira pulsiona a veia, coloca o acesso e enfaixa aquela mãozinha tão pequena e frágil. Chorei junto com ele.

Dois saquinhos de soro, outra tentativa de água e mais vômito. A médica então nos avisou que não voltaríamos pra casa naquele dia. "O Felipe vai ter que passar a noite aqui, tomando soro e se reidratando". O meu filho, de um ano e meio, iria ficar internado no hospital. Frase horrível de se escutar. Mas... Era necessário.

Enquanto isso, meu telefone não parava de tocar. Minhas amigas querendo combinar da festa. Festa, festa... O promissor sábado à noite virou uma noite péssima, num sofá-cama péssimo de hospital (pergunta: custa fazer alguma coisa um pouco mais confortável para os acompanhantes?), com uma comida péssima da lanchonete. O consolo: meu filho já estava bem melhor.

Durante a noite, fiquei pensando na camisa xadrez com a jaqueta de couro que havia separado, nas pessoas chegando na festa, no que a Kika, a Bel, a Rê e outras amigas estariam fazendo, quem teria ido... A vida me jogava na cara: "É, minha filha, agora você virou mãe!"

Foram quase 30 horas de hospital. No fim das contas, a minha festa foi adiada para o domingo às 20hs, quando chegamos em casa. Logo que abri a porta, o Felipe saiu correndo pela sala, dando gritos de alegria e cheio de disposição.

5 comentários:

  1. Ai que texto lindo, a vida é assim mesmo, espero que o Felipinho já esteja 100%!

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  2. Adoro o jeito que você escreve. Esse foi o melhor post até então...

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  3. Ma, não conseguiu ficar sem falar sobre maternidade, né? rs... Muito legal retomar esse projeto! Para variar, ótimas histórias! Adorei! Beijos

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  4. Ai que fofo! Com certeza a festa dele compensou!

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  5. nossa, nao sabia desse episódio!...tadinho do pequeno...festa vc já foi em muitas e irá em muitas, mas o seu colo qdo ele precisa acontecerá poucas vezes e a gratificaçao nao tem tamanho....
    PS: blusa de couro?...com sandália branca?...heheh...te quierooo

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